sábado, 5 de fevereiro de 2011

Filosofia Utilitarista

      Algumas pessoas recomendam a leitura de livros do Peter Singer, nomeadamente “Libertação Animal” ou “Ética Prática”, como tratando-se de livros de defesa dos direitos dos animais, mas tal é absurdo. É sempre bom conhecer diferentes visões sobre um tema, mas não se pode confundir utilitarismo com direitos. Peter Singer NÃO defende os direitos dos animais nem a abolição da exploração animal. Peter Singer é um utilitarista e, para ele, os animais podem continuar a ser explorados, desde que o façamos sem lhes causar sofrimento (o que só é possível em sonhos) ou que daí se retirem benefícios que o “justifiquem”.
      A filosofia utilitarista rejeita a noção de direitos e defende que as acções devem ser avaliadas consoante as consequências que delas resultam, escolhendo-se a acção que maximize os benefícios para todos os afectados. De acordo com Peter Singer, podemos dar-nos ao “luxo” de comer carne1 se os animais forem criados e abatidos de forma “humana” e podemos continuar a utilizar animais para experiências científicas2 desde que estas sejam proveitosas. Ou seja, para os utilitaristas, os fins justificam os meios. Peter Singer até admite o bestialismo3 (relações sexuais com animais de outras espécies) se o acto for mutuamente satisfatório. Em contraponto, quem defende os direitos e o valor inerente de cada indivíduo, jamais pode admitir sexo não-consensual (e nenhum animal não-humano pode dar consentimento para relações sexuais com humanos, da mesma forma que as crianças não podem).
      Devemos nós perguntar a um violador qual o prazer que retira da violação para pesar esse prazer face ao sofrimento da vítima? A maioria de nós rejeita imediatamente e em absoluto uma teoria moral que sequer coloque este tipo de questões. Contudo, aplicada aos animais, a teoria utilitarista dá jeito, pois permite considerar os animais como seres sem valor intrínseco e continuar a usá-los para os nossos fins — o que talvez explique a popularidade da obra de Peter Singer entre muitas organizações e “defensores” dos animais que promovem a reforma da exploração animal, ao invés de promoverem a abolição da mesma.


1. Entrevista de Peter Singer à revista The Vegan, Outono de 2006
2. “Animal guru gives tests his blessing”, The Observer, 26 de Novembro de 2006
3. Peter Singer, “Heavy Petting”, 1 de Março de 2001

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Abatedouros de Vidro

Infelizmente, como um povo que parou no tempo, vivemos em um mundo que a cada dia reflete mais e mais uma realidade que parecia ter sido eximida do cotidiano social. Acreditando que animais prenhes tem a carne mais macia, um ganho de peso muito maior, e que os olhos da Vigilância são cegos, produtores insistem ainda em mandar para o abate animais em gestação inicial ou mesmo adiantada.
Uma realidade difícil de ser controlada e até mesmo descrita, tanta crueldade que ultrapassa todo e qualquer preceito social, filosófico ou até mesmo espiritual repassada do pai para o filho durante milhões de anos.
É inestimável tanto sofrimento, uma vaca pendurada pelos membros posteriores, pescoço dilacerado, e mesmo assim ainda luta pelo seu segundo coração que pulsa freneticamente no seu corno uterino, mas ela não tem escolha, se ao menos pudesse falar, mas mesmo que falasse não seria poupada, afinal o “ser humano” precisa de uma fonte proteica que seja ANIMAL para se saciar.
Assim vai dia vem dia e mais e mais animais nesse estado são abatidos, e quando desce aquele monte de vísceras, vem a expectativa “será que tem um feto aí no meio”, pois é tem um feto aí no meio, útero gravídico, gestação do corno esquerdo, animal no terço final da gestação, e eis a questão o que fazer? Denunciar basta? Acho que não!
Soltar na mídia esta triste realidade e abrir os olhos da população? Acho que adiantaria. Pelo menos assim nossos governantes abririam os olhos aos nossos animais, que tanto se “oferecem” para nosso bem estar e tentariam mudar essa verdadeira carnificina.
Expor o problema regional ou nacionalmente, além da condenação da carcaça, aplicar pesadas multas aos produtores que destinaram esses animais ao abate, não se calar diante das situações, não deixando que se tornem só mais uma, seriam algumas alternativas. Mas como eu disse vai dia e vem dia e desce aquele monte de vísceras, “será que tem feto aí dentro?”
Isso realmente só deixaria o mundo de olhos abertos se os abatedouros tivessem paredes de vidro. Sábia Vigilância Sanitária que condena, e toma-lhe prejuízo ao produtor.

Por: Renato dos Santos

Posse responsável - AMAA*

A decisão de comprar ou adotar um animal de estimação, seja ele de raça ou sem raça definida, deve levar em conta o compromisso que se está assumindo perante o animal e a própria sociedade.

A expectativa de vida de um cão ou gato é de 10 a 15 anos e, com os avanços da medicina veterinária, da melhora da qualidade da alimentação e do tratamento dispensado aos animais, é cada vez menos raro animais de estimação que ultrapassam os 20 anos.

É preciso ter em mente que o animal precisa de cuidados diários: água, comida, carinho, limpeza do ambiente em que vive, etc. Além disso, o filhote (tão engraçadinho e pequeno, que até parece um bichinho de pelúcia) cresce, troca sua dentição (e como nos bebês humanos, isso incomoda, coça e dá-lhe morder tudo o que encontra pela frente) e não nasce sabendo onde fazer suas necessidades fisiológicas (também como os humanos, ele precisa ser ensinado).

Depois de cerca de um ano, o animal atinge a idade adulta e daí vem outras questões: será que o espaço que dispomos para o animal comporta um cão do tamanho que o lindo filhote atingirá? O que fazer com os filhotes do meu animal? Onde deixá-lo quando viajamos?

Além disso, seja um bichinho de raça ou sem raça nenhuma, ele precisa de vacinas, ele adoece, ele envelhece e com isso precisa de cuidados especiais, o que envolve custos financeiros cada vez mais elevados.

Por isso tudo, nunca se deve esquecer que bicho não é brinquedo, sente dor, frio, fome e medo. Se ‘enjoar’ do animalzinho, não se pode simplesmente jogá-lo na rua (isso é crime previsto no artigo 32 da Lei 9.605/98 - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9605.htm ), é sua obrigação encontrar um novo lar para ele e atendê-lo até encontrar este novo lar. Depois disso, ainda que você não sinta saudades dele, ele certamente nunca se esquecerá de você.

Se ainda assim você sentir uma vontade enorme de ter um amigo de quatro patas e assumir todos esses compromissos, PARABÉNS! Você acaba de escolher para sua vida momentos de pura felicidade, amor sincero, incondicional e companhia constante.


extraido de: http://amaa-fw.blogspot.com/

*Associação dos Melhores Amigos dos Animais - AMAA