domingo, 12 de setembro de 2010

Baleia encalhada no litoral de SC resiste a eutanásia e continua viva

Na sexta-feira ambientalistas aplicaram injeção letal para matar animal.
Óbito deveria ocorrer 40 minutos após medicação, mas baleia ainda respira.

A baleia franca que está encalhada desde terça-feira (7) na Praia do Sol, em Laguna (SC), resistiu ao procedimento de eutanásia que teve início na noite de sexta-feira (10). De acordo com Karina Groch, bióloga e diretora de pesquisa do Projeto Baleia Franca (PBF), uma das entidades ambientais envolvildas no resgate, o óbito era esperado para 40 minutos após o término do processo, que ocorreu por volta das 18h30 desta sexta-feira. Porém, passadas mais de 24 horas, o animal ainda preserva os sinais vitais.
“Nós decidimos pela eutanásia para diminuir o sofrimento do animal depois que foi descartada a possibilidade de remoção, mas ele resistiu a medicação e está nas mesmas condições de ontem, sem mexer o corpo e respirando com dificuldade”, disse Karina ao G1. “É um caso inédito no país e a baleia é mais resistente do que a gente imaginou. Agora estamos de mãos amarradas aguardando pelo óbito natural.”

Segundo Karina, a dose aplicada na baleia foi maior do que a recomendada por causa do tamanho e espécie do animal que tem 15,80 metros de comprimento e pesa cerca de 40 toneladas. De acordo com a a gestora da Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca do Instituto Chico Mandes (APA), Elizabeth Carvalho da Rocha, por enquanto está descartada uma nova dose de medicamentos. “Cabe a nós neste momento apenas continuar fazendo o monitoramento das condições de saúde da baleia e manter a pele dela hidratada”. O animal começou a perder sinais vitais na quinta-feira (9).

Segundo a assessoria de imprensa do Projeto Baleia Franca, os voluntários passaram o dia todo jogando baldes de água para evitar o ressecamento da pele, mas o animal já está bem machucado.

Neste sábado, a médica veterinária e doutoranda em Patologia Animal pela USP, Kátia Groch, que tem cinco anos de experiência com baleias da espécie jubarte, realizou o procedimento de coleta de amostras do borrifo (ar expelido pelos pulmões) do animal que está encalhado em Laguna, para analisar o material e averiguar a existência de doenças pulmonares que podem ter motivado o encalhe.

Após o óbito se confirmar, será realizada a necrópsia da baleia e, segundo a gestora, a carcaça será enterrada na região do encalhe, provavelmente num campo de dunas. A coordenação das operações é integrada pela Polícia Ambiental, Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca do Instituto Chico Mendes (APA), Marinha do Brasil, Projeto Baleia Franca, entre outras instituições e ONGs que se uniram para trabalhar no resgate do animal.

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